terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Sobre expectativas...



        No meu último texto percebi, através dos comentários que pareceu que quero aplausos. Todo artista os quer, mas não era sobre isto que me referi. Estava frustrado com a questão do livro, talvez acostumado com os números do blog, que sempre crescem.
        Na verdade apesar das estatísticas serem muito claras no blog, o que ocorre é que talvez eu tenha apenas umas centenas de leitores que me leem sempre. Assim sendo criei uma expectativa quanto ao livro e quanto ao canal no yotube.
        O erro é definitivamente meu, primeiro porque sei que não se deve criar expectativas, segundo porque o trabalho ainda pode melhorar e muito. Já comecei outro livro e espero melhorar minha ‘performance’ no canal.
        E é disto que quero falar aqui: expectativas.

        Não existe decepção, sem expectativa. Não existe frustração, sem expectativa.
        Não quer dizer que não as podemos ter, mas sim que elas tem que ser na base do real e não do surreal.
Alguém pode nos ‘dar a entender’ que irá nos ligar, chamar para uma entrevista, emprestar alguma coisa, ir a determinado lugar, nos escutar, nos entender ou até nos amar para sempre.
Mas a verdade é que muita gente diz que vai e não vai, parece estar escutando e não está, nos acena com uma possibilidade apenas para não dizer um não. As pessoas pensam cada vez mais em si mesmas, e não há nada de errado com isto, desde que elas nunca precisem de outra pessoa.
Quem de alguma forma precisa (e todos precisam) de alguém, deve lembrar disto e ser mais solidário. Mas o egoísmo encontrou seu nível mais alto e ninguém mais se importa, nós também, eu também muitas vezes estou tão absorto nos meus problemas que não tenho nada para oferecer.
Somos, de forma geral, tão mesquinhos que quando uma pessoa está falando muitas vezes só estamos esperando a pausa para falarmos do nosso problema.
Por anos tenho feito a escolha da renúncia, mas por vezes vejo que não é bem assim, pois não há renúncia em meu favor. Sei que os ‘politicamente corretos’ vão dizer: Ah Zé, faça o bem sem esperar nada. E isto é certo em relação ao desamparado, mas não nas relações interpessoais. Queremos atenção, carinho e compreensão. No fundo sempre precisamos, talvez quem mais dê é justamente quem mais precisa.
Então que a gente se importe com os outros como a gente quer que se importem com a gente.

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