De uma hora para a outra a gente acorda,
não por estar dormindo, mas por estar esperando que algo mude. Daí a gente
percebe que não pode mudar o mundo, nem a visão das pessoas e muito menos os
mundos que cada um criou.
Nesta hora só se pode avaliar o quanto
ainda podemos caminhar, o quanto suportaremos. Percebi nos últimos dias que eu
não sou tão importante como pensava ser. Talvez seja assim, erramos na
avaliação, pensamos que é pertinente o que dizemos e o que escrevemos. Pensamos
que as pessoas querem realmente que tenhamos êxito, mas a verdade maior do
mundo de hoje é o individualismo.
Percebi que mesmo concorrendo a um
prêmio literário a maioria das pessoas não entrou lá e por conseguinte não tive
o livro classificado para a final. Estou reclamando? Não, apenas constatando o
óbvio: mão há uma importância real no que faço. Como já disse o poeta “um dia a
gente aprende”.
Estou aprendendo que na maioria do
tempo as pessoas não terão o mesmo entusiasmo que eu, que o entusiasmo será
sempre pelas ‘coisas deles’ e eu serei ‘persona non grata’ se não dar atenção,
por que? Porque eu sempre presto atenção, nem sempre pela importância do
assunto mas sim pela importância da pessoa.
E então a gente se depara com esta
realidade, de que vivemos num mundo onde é cada um por si, onde as pessoas não
querem mudar e dizem que são ou eram felizes como estavam, o que me sinaliza o
quando eu não sou tão relevante ou insubstituível.
Não me tenham como melancólico ou
dramático aqui, apenas realista a máxima de que ‘não importa o quanto você se
importa...algumas pessoas simplesmente não se importam’.
E o que fazer? Adaptar-se, fazer o que
melhor sei fazer: me confrontar e me reencontrar, sabendo o que já havia
aprendido e não me distanciando mais disto. Se vou continuar escrevendo? Sim,
no meu canto. Se vou continuar falando? Sim, somente para quem quiser ouvir.
E talvez, ainda que com uma nota de
tristeza, deixar cada um fazer o que quiser, pois para as pessoas é só que
importa. Quase ninguém está disposto a ouvir, abraçar, ir ver como se está, dar
um apoio. Mas todos querem receber isto. Não posso mudar o mundo, mas hei de decorar
a minha alma outra vez.
Ainda carrego em mim toda a minha essência
e é dali que retiro o que escrevo. Percebi que cada um acredita apenas nas suas
verdades, na sua total inocência e na certeza que sempre e sempre a culpa é de
alguém, menos de si mesmo. E eu que reconstruí minha vida assumindo meus erros
não sou muito bem visto neste mundo de eufemismos e sofismas. Mudarei? Não
mais, apenas vou guardar mais para mim o que penso. “E que esta tensão que me
corrói por dentro se transforme na calma e na paz que mereço”.
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